Quando ir e vir custa caro, são as de baixo que perdem direitos básicos

Posted on 06/01/2025 by

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Nota do Coletivo Anarquista Bandeira Negra contra o aumento da tarifa no transporte coletivo em Floripa e da tarifa intermunicipal em Santa Catarina.

Já nos primeiros dias de 2025, a vida de pessoas que dependem do transporte público em Floripa e no estado de Santa Catarina, em sua maioria trabalhadoras e estudantes, ficou ainda mais difícil. 

Com um reajuste de 15% no valor, a tarifa na capital catarinense subiu de R$ 6,00 para R$ 6,90, o maior aumento entre as capitais brasileiras, superando até cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Este valor torna Floripa um exemplo extremo de encarecimento do transporte coletivo urbano, dificultando o acesso básico ao direito de ir e vir.

A situação não é menos grave nas tarifas intermunicipais. Um aumento de 12,54%, em vigor desde o dia 22 de dezembro, elevou os preços para trajetos na Grande Florianópolis, com passagens variando entre R$ 5,70 e R$ 10,47. Para muitas, o reajuste não foi comunicado de forma ampla e veio como uma surpresa amarga, agravando o impacto sobre quem já lida com dificuldades financeiras.

Esses aumentos em serviços que já apresentam problemas de qualidade e acessibilidade, reforçam as desigualdades sociais e retiram da população mais vulnerável a possibilidade de acessar a cidade, o trabalho e a educação. É inaceitável que políticas públicas não priorizem o transporte acessível e digno, essencial para a vida nos centros urbanos e para o exercício pleno do direito à cidade. 

Para nós, isso não é surpresa, já que sabemos que os de cima, donos das empresas de ônibus e políticos profissionais, como o prefeito Topazio Neto e o governador Jorginho Mello, não estão preocupados com nada, além de aumentar o lucro garantido em seus bolsos, as custas das vidas das de baixo. As desculpas são as mais desonestas e o secretário de transportes e infraestrutura de Floripa, Rafael Hahne, não tem vergonha de dar entrevistas alegando que “o aumento do dólar e os reflexos da pandemia” fazem necessário aumentar o preço. Transporte não é mercadoria, é direito, é necessidade.   

Nos posicionamos contra esses reajustes que tornam a vida mais cara, limitam o acesso aos espaços urbanos e violam o direito fundamental de ir e vir. Exigimos que alternativas sejam apresentadas para garantir um transporte público gratuito, de qualidade e justo para toda a população que vive nessas terras contestadas do sul.

Por uma vida sem catracas: tarifa zero já!

Revogação do aumento já!

Lutar, criar, poder popular!

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