Nota de apoio crítico à Chapa 3 – Reorganiza SINSEJ

Posted on 02/03/2025 by

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Nós, do CABN/CAB – Coletivo Anarquista Bandeira Negra, integrante da Coordenação Anarquista Brasileira, escrevemos a presente nota sobre as eleições sindicais para o SINSEJ (Sindicato dos Servidores de Joinville), que ocorrerão nos dias 13 e 14 de março.

Esta é uma etapa fundamental para a categoria dos servidores municipais e para a cidade, especialmente para as classes oprimidas que dependem dos serviços públicos básicos, conquistas essas que foram alcançadas após décadas de organização e lutas populares dos trabalhadores e das trabalhadoras. Como uma organização política revolucionária anarquista, inserida no socialismo libertário construído historicamente junto às lutas sindicais, somos uma organização composta por trabalhadores, trabalhadoras, moradores, moradoras e estudantes de diferentes regiões de Joinville. Nesse contexto, é urgente marcar uma posição clara e definida.

Abrimos o diálogo com os companheiros e companheiras que se identificam com a ideologia anarquista e com o nosso campo ideológico para um voto crítico na CHAPA 03 – REORGANIZA SINSEJ. Por que voto crítico? Nossas divergências e embates no campo político e ideológico com Organização Comunista Internacionalista – OCI, corrente que articula a chapa, são conhecidas e de longa data. Acreditamos que o problema da nossa classe não reside na direção, mas sim na organização da base, na solidariedade de classe, na democracia direta, no federalismo e na ação direta. Dito isso, é inegavel que dentre as 4 chapas, apenas a CHAPA 3 – REORGANIZA SINSEJ está disposta a enfrentar a privatização do serviço público da única maneira possível, com luta e organização.

Nos últimos quatro anos de governo de Adriano Bornschein Silva, do NOVO, vivemos tempos difíceis. O avanço das políticas neoliberais nos serviços públicos foi dado em passos largos, com debates públicos onde as vozes discordantes foram silenciadas pela máquina de mídia da Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal. Na Câmara de Vereadores, nem a oposição consentida fez a luta necessária contra o avanço da lógica de mercado nos direitos sociais conquistados. Enquanto isso, a atual gestão do SINSEJ ficou presa em suas cisões internas e não se fez presente na base. O cenário para os próximos seis anos é de um possível avanço do NOVO, incluindo terceirizações, parcerias público-privadas e privatizações.

Entendemos como urgente que o SINSEJ assuma uma postura firme na luta sindical contra o neoliberalismo, com disposição para construir piquetes e greves, sem fazer da nossa categoria um “puxadinho” das disputas externas à nossa luta. Ao analisar as teses apresentadas no Congresso do SINSEJ e os materiais das campanhas das “CHAPA 01 – Servidor é Pra Lutar”, “CHAPA 02 – Luta e Diálogo” e “CHAPA 04 – Humanizar para Fortalecer”, percebemos um esvaziamento político e sindical tanto no discurso quanto na prática. Parte das lideranças dessas três chapas está ligada à gestão “Servidor é Pra Lutar” de Jane Becker, da Corrente O Trabalho do PT. As três chapas tiveram duas gestões para resolver dialogar, humanizar e lutar. Nada fizeram.

Além disso, algumas figuras por trás dessas chapas, como a ex-vereadora Ana Lúcia (PT) na CHAPA 02, e Carlito Mers, Marquinhos e Lico na CHAPA 04, parecem mais preocupadas em trazer para a nossa categoria problemas internos do PT do que em resolver as questões do conjunto dos servidores municipais.

Identificamos a plataforma de luta para os servidores municipais de Joinville proposta pela CHAPA 03 – REORGANIZA SINSEJ, como uma alternativa necessária na atual conjuntura local, considerando o histórico de articulação de greves enquanto essa corrente esteve na direção da entidade.

Seja a CHAPA 03 vitoriosa ou não, vamos cobrar a construção efetiva de uma representação sindical forte e atuante em cada local de trabalho, com conselhos de base que realmente representem os trabalhadores e enfrentaremos enquanto base as tentativas de privatização do serviço público. Além disso, é imprescindível inserir nas pautas de luta sindical as questões raciais/étnicas, de gênero e LGBTQIA+ e fazer um combate firme no campo do currículo tanto às ideias racistas, misóginas e negacionistas dos grupos consevadores quanto às instituições financeiras internacionais que querem mandar em nossas escolas através do IDEB.

Por um serviço público sem OS, PPP e sem Patrão.
Por representação sindical em cada local de trabalho.
Defender o Ipreville e conquistar direitos com luta e organização.

Dia 13 e 14 de Março, voto crítico em CHAPA 3 – REORGANIZA SINSEJ

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