[O material abaixo foi retirado da internet, nesta página].
Texto criado e editado por várias pessoas.
Use ctrl-F e busque pelas palavras que você deseja conhecer o significado.
Sempre sujeito a modificações para aprimorá-lo.
—————|TRIGGER WARNING (TW)|—————
– O que é um trigger?
Pode ser traduzido literalmente como “gatilho”. Termo utilizado para designar um fato, evento, assunto, sensação, etc. que pode causar reações extremamente negativas, tais como pânico, auto-mutilação, flashbacks de traumas, ansiedade, entre outros.
– Trigger Warning (TW)
Literalmente, “aviso de trigger”, é simplesmente um aviso escrito de que o conteúdo que será exposto contém possíveis triggers. É uma cordialidade para evitar sofrimento desnecessário às pessoas que irão visualizar o que você posta. Vendo o trigger warning, elas podem decidir se querem continuar, ou não.
– Sugestões de trigger warnings
Seguem sugestões de conteúdos para os quais é sempre uma boa ideia colocar um trigger warning: violência (física, sexual e / ou psicológica), abuso (todos os tipos), tortura, estupro, racismo, transfobia, lesbofobia, bifobia, homofobia, gayfobia, misoginia, nazismo, holocausto, islamofobia, genitais, genitalização, menstruação, auto-mutilação, suicídio, transtornos alimentares, binarismo, etarismo, gordefobia, xenofobia, capacitismo.
Enfim, valha-se do seu bom senso e empatia e pense se o que você vai postar pode causar um desconforto considerável a alguém.
– Como montar um trigger warning
É simples. Modelos: “TW: [tipo de conteúdo]”; “Trigger warning: [tipo de conteúdo]; “Aviso: [tipo de conteúdo]”.
– Epilepsia
Outro tipo de aviso importante é o para conteúdos que podem causar uma crise de epilepsia em pessoas epilépticas.
Exemplos: imagens que oscilam, luzes piscando, gifs e vídeos que piscam / mudam de imagem rapidamente…
Neste link você pode visualizar vários:http://ladraove.tumblr.com/post/31233045761/how-to-tag-gifs-for-people-with-epilepsy-a-masterpost
—–|TERMOS RELACIONADOS A CORPORALIDADES E MODIFICAÇÕES NA CORPORALIDADE|—–
– Corporalidade são todas as características corpóreas (do corpo) de uma pessoa. Refere-se principalmente à biologia dos organismos. Há muitas pessoas que fazem modificações na corporalidade.
– Pessoas diversofuncionais: Diversidade funcional é um termo criado em 2005 na Espanha como alternativa para “deficiência” psíquica, fisiológica ou anatômica, porque esta última terminologia é considerada pejorativa para certas pessoas. São pessoas cujas características funcionais não se enquadram nos padrões médicos de “normal”.
– Pessoas neuroatípicas / neurodivergentes / neurodiversas: Termo que engloba todas as pessoas que apresentam bipolaridade, dislexia, ADHD, autismo, esquizofrenia, Parkinson’s, dispraxia, etc. São pessoas cuja estrutura neurológica não se encaixa no padrão médico de “normal”.
Genitais, sistemas reprodutivos, cromossomos, hormônios e gônadas não têm qualquer relação com a identidade de gênero e nem com a orientação (sexual e romântica) da pessoa. São somente características biológicas e elas não determinam a identidade da pessoa. Dizer que genitais determinam gênero é o mesmo que dizer que o tamanho da orelha determina a personalidade de uma pessoa.
http://espectrometria-nao-binaria.tumblr.com/post/97710552928/biologia-e-amigue-serio
– Sistema Reprodutor Ovariano (SRO) / Sistema Genital Ovariano (SGO): grupo de órgãos que atuam em conjunto para a reprodução sexual E genitais externos. Inclui basicamente ovários, tubas uterinas, útero, cérvix, vagina, vulva e clítoris. O nome do sistema reprodutor é S. R. Ovariano justamente por causa dos ovários.
– Sistema Reprodutor Testicular (SRT) / Sistema Genital Testicular (SGT): grupo de órgãos que atuam em conjunto para a reprodução E genitais externos. Inclui basicamente testículos, próstata, epidídimo, vesícula seminal e pênis. O nome do sistema reprodutor é S. R. Testicular justamente por causa dos testículos.
– Pessoa ovariada / ovari: Este é um termo para ser utilizado somente em contextos dentro da biologia e medicina, porque, no cotidiano, o correto é tratar a pessoa pelo seu gênero e NÃO pelos genitais. Ovariada (ovari) é uma pessoa que tem Sistema Reprodutor Ovariano. Esse termo pode ser usado em contextos sobre reprodução. O objetivo do termo é evitar ao máximo as designações “fêmea” e “macho”, porque são cissexistas e binaristas e carregam um histórico opressor patriarcal. Corporalidade ovariada se refere à corporalidade de uma pessoa ovariada. Há uma diversidade vasta de corporalidades ovariadas, porém, a sociedade estereotipa e simplifica essa diversidade, de modo que as pessoas passam a acreditar que pessoas ovariadas só podem ter um único tipo de corporalidade, que é a estereotipada. Por exemplo, no padrão normativo, diz-se que pessoas ovariadas teriam sempre corpo com curvas, mãos pequenas, etc.
– Pessoa testiculada / testi: Este é um termo para ser utilizado somente em contextos dentro da biologia e medicina, porque, no cotidiano, o correto é tratar a pessoa pelo seu gênero e NÃO pelos genitais. Testiculada (testi) é uma pessoa que tem Sistema Reprodutor Testicular. Esse termo pode ser usado em contextos sobre reprodução. O objetivo do termo é evitar ao máximo as designações “fêmea” e “macho”, porque são cissexistas e binaristas e carregam um histórico opressor patriarcal. Corporalidade testiculada se refere à corporalidade de uma pessoa testiculada. Há uma diversidade vasta de corporalidades testiculadas, porém, a sociedade estereotipa e simplifica essa diversidade, de modo que as pessoas passam a acreditar que pessoas testiculadas só podem ter um único tipo de corporalidade, que é a estereotipada. Por exemplo, no padrão normativo, diz-se que pessoas testiculadas teriam sempre corpo quadrado, mãos grandes, etc.
– Intersex / Intersexo: pessoa que nasceu com anatomia e/ou genética que não se encaixam facilmente nos estereótipos de pessoa ovariada ou de pessoa testiculada. Pessoa que nasceu naturalmente com: (1) genitais externos ambíguos, ou parciais, ou duplicados ou ausentes, (2) sistema reprodutor ambíguo, ou parcial, ou duplicado ou ausente, (3) composição, concentração, espécie hormonal que não se enquadra nos padrões estereotipados, (4) variações genéticas e cromossomais que não se enquadram nos padrões estereotipados e etc. Outra definição de intersex: pessoa cujas características corpóreas relacionadas aos genitais foram patologizadas. Existem mais de 30 categorias diferentes de intersex; alguns exemplos mais comuns são: Condição de Insensibilidade ao Andrógeno, Hiperplasia Adrenal Congênita, Condição de Klinefelter, Hipospádia, Condição de Turner, Condição de Swyer, Condição da 5-alfa-redutase, Condição de MRKH, mosaicismo cromossomal, Ovotestes, Virilização Induzida por Progestina, Condição de La Chapelle. A proporção de intersex é de 1 a cada 2,000 pessoas nascidas, ou seja, quase a mesma proporção de pessoas ruivas. NUNCA chame uma pessoa intersex de “hermafrodita”, é ignorante e preconceituoso! Também NUNCA chame de “intersexuais”!
– Pessoa Diádica: quem não é intersexo.
– Macrogametas / megagametas: nos animais vertebrados, são os óvulos e ovócitos que são produzidos pelos ovários. Em todos os outros seres vivos com ciclo sexuado (protozoários, plantas, animais invertebrados), macrogametas são simplesmente qualquer célula reprodutiva de tamanho grande. Macro- é devido ao tamanho grande desse gameta em relação ao microgameta (isso está relacionado com o fato de que macrogametas sofrem menos divisões celulares, então, geralmente, há 1 macrogameta para cada 4 microgametas). Macrogameta é o termo acadêmico usado pelas Ciências Biológicas e Médicas como alternativa para “”“gametas femininos”“”.
– Microgametas: nos animais vertebrados, são os espermatozóides que são produzidos pelos testículos. Em todos os outros seres vivos com ciclo sexuado (protozoários, plantas, animais invertebrados), microgametas são simplesmente qualquer célula reprodutiva de tamanho pequeno. Micro- é devido ao tamanho pequeno desse gameta em relação ao macrogameta (isso está relacionado com o fato de que microgametas sofrem mais divisões celulares, então, geralmente, há 1 macrogameta para cada 4 microgametas). Microgameta é o termo acadêmico usado pelas Ciências Biológicas e Médicas como alternativa para “”“gametas masculinos”“”.
– Sexo (genital): sinônimo para genitais externos (vulva, pênis e testículos, podendo ser de pessoa diádica ou de pessoa intersexo). É preferível dizer apenas genital ao invés de sexo.
NÃO DIGA “sexo biológico”, pois tal termo é redundante e só é usado em situações em que uma pessoa transfóbica quer deslegitimar o gênero de uma pessoa trans. NÃO EXISTE “sexo biológico”! Por que é redundante? Porque genital já é uma característica biológica, só que as pessoas transfóbicas gostam de reforçar que genital é biológico só para menosprezar o gênero de uma pessoa trans, como se gênero fosse menos importante, só que não é! Igualmente, NÃO EXISTEM “sexo feminino” e “sexo masculino” no sentido de genital externo, porque sistema reprodutor e genital externo NÃO definem a identidade de gênero! Genital =/= Gênero! O modo não-preconceituoso de dizer “sexo feminino” e “sexo masculino” seria: sexo ovariano e sexo testicular respectivamente, em função do ovário e dos testículos.
As modificações na corporalidade são um conjunto imenso de todas as mudanças que pessoas realizam/podem realizar em seus corpos. São também expressões de gênero. As modificações podem ser reversíveis ou irreversíveis, cirúrgicas ou não. Esse conjunto inclui modificações corporais como tintura de cabelo, piercings, tatuagens, implantes na pele, bifurcação da língua, escarificação, branding, etc, porém o foco será modificações corporais geralmente associadas a pessoa trans. Só que é importante lembrar que nenhuma pessoa trans é obrigada a modificar seu corpo!
– Modificações corporais não-cirúrgicas: binding (modificação reversível), packing (modificação reversível), tucking (modificação reversível), pumping (modificação irreversível), hormonização (modificação irreversível).
– Binding: é uma modificação corporal reversível que é associada com pessoas que têm seios. Binding é a prática de se usar o binder. Binder é qualquer peça de roupa ou de tecido que possa ser utilizada para minimizar ou alterar a aparência dos seios. Geralmente, o binder é usado para se alcançar uma aparência mais masculina ou andrógina. Pessoas fazem binding para vivência, para crossdressing ou até para cosplay. Binding deve ser realizado com muito cuidado, porque o uso indevido e excessivo pode causar sequelas. Não é nem um pouco recomendado amarrar os seios com ataduras. Recomenda-se comprar binders de fabricantes e em um tamanho adequado que não cause dor. OBS: seios são chamados de “intrusos” por certas pessoas trans AFAB.
– Packing: é uma modificação corporal reversível associada com pessoas AFAB. Packing é a prática de se usar packer. Packer é qualquer objeto utilizado por homens trans ou por não-bináries para criar o visual de que há um pênis por baixo da roupa. O método mais simples é a utilização de meias em formato de bolas por baixo das calças. Muitas pessoas compram online dildos pequenos e moles para usar como packer. Também existem lojas virtuais que fabricam packers com STP embutido. STP (Stand to Pee) é um equipamento usado para conseguir urinar em pé. Existem packers especializados para se utilizar durante relações sexuais (não use packers normais para sexo!).
– Pumping: é uma modificação corporal irreversível que é associada com pessoas que têm clítoris. Homens trans, trans não-bináries e mulheres cis podem fazer pumping. Pumping, no português, significa “bombear”. A prática consiste em usar um equipamento (o pump) para fazer vácuo e puxar o clítoris com o objetivo de aumentá-lo. É basicamente o mesmo processo de bombas penianas. Com uso devido, diário e cuidadoso de pump, é possível aumentar o volume do clítoris. Para melhores resultados, faça pumping duas vezes por dia (de manhã e de noite). Deve-se tomar cuidado para não machucar o clítoris, porque se machucar demais, pode causar sequelas. Existem vários modelos de bombas clitorianas no mercado, porém são bastante caras (US$ 98) e são difíceis de encontrar no Brasil. Uma técnica simples, muito econômica e que funciona é fabricar seu próprio pump deste modo: compre uma seringa de 20mL (ou de outro volume que você desejar) sem agulha (custa R$ 0,97), corte a ponta da seringa usando uma faca, de modo que fique um buraco grande e não o buraquinho pequeno que é usado pra colocar agulha e coloque fita isolante na borda de onde você cortou para que a borda fique lisa (senão, irá te machucar).
– Tucking: é uma modificação corporal reversível que é associada a pessoas que têm pênis (mulheres trans,crossdressers, drag queens, trans não-bináries). O verbo “to tuck”, em português, significa “comprimir”, “colocar para dentro”. Tucking é a prática de esconder o pênis de modo que a virilha não fique com volume.
– Modificações corporais cirúrgicas: Inclui cirurgias transgenitalizadoras, mastectomia, mamoplastia, implantes de silicone, feminização facial e outras. Essas modificações corporais são comumente chamadas de: cirurgias de afirmação de gênero,cirurgias de redesignação sexual (CRS), porém estes termos podem ser considerados ofensivos e cisnormativos. Novas terminologias não-preconceituosas estão sendo buscadas. Não é correto dizer “cirurgia de mudança de sexo”, porque a pessoa não está mudando de sexo, está modificando seus genitais cirurgicamente. A realização clandestina de cirurgias pode ser um risco à saúde. Enquanto que essas cirurgias plásticas não são proibidas para mulheres cisgêneras e homens cisgêneros, para pessoas trans, existe proibição, pois elas precisam passar por, no mínimo, dois anos de acompanhamento psiquiátrico para conseguir um laudo. Pessoas trans NÃO têm o direito de autonomia sobre o próprio corpo.
– Cirurgias transgenitalizadoras: Termo sinônimo: cirurgias de reconstrução genital. Conjunto de cirurgias médicas que visam modificar os genitais com os quais a pessoa nasceu. Por exemplo, modificação cirúrgica de pênis em vagina e vulva.
– Histerectomia total ou radical: Remoção cirúrgica do útero, colo do útero, ovários e tubas uterinas. Pode ser feita pelo SUS, por planos de saúde ou por clínicas particulares.
– Neofaloplastia: Só ocorre como cirurgia experimental no Brasil. A neofaloplastia é a construção de um pênis formado a partir da pele de outras partes do corpo da própria pessoa e seu enxertamento na área do órgão genital. É possível ter uretra (para urinar em pé), glande (a cabeça do pênis) e testículos. A sensibilidade erógena não fica fisicamente idêntica ao de alguém que já nasceu com um pênis, já que no organismo da pessoa ovariada, o nervo que tem essa sensibilidade estaria ligado ao clitóris, e na pessoa testiculada este nervo estaria localizado na glande do pênis. A pele e o tecido dos lábios vaginais seriam utilizados para criar um escroto (escrotoplastia) e implantar próteses de silicone para simularem a existência de testículos. Também é possível colocar no pênis um implante de ereção e assim ser possível penetrar com ele. Complicações possíveis da neofaloplastia são o fechamento do trato urinário (estenose), morte do tecido do pênis (necrose) e fístulas (inflamações). Esta cirurgia dá uma aparência final mais realista ao neopênis; a depender das técnicas utilizadas pode ficar funcional; mas fisiologicamente não é idêntico ao de alguém que já nasceu com um pênis.
– Metoidioplastia: Pode ser feita no SUS. Com os efeitos do tratamento hormonal com testosterona, o clitóris cresce com o tempo até atingir um tamanho médio de 4-5 cm. Em uma metoidioplastia o clítoris já grande é “solto” de sua posição original e movido à frente para uma posição que lembra mais a de um pênis. Em alguns casos, a uretra é alongada para que termine na ponta do neofalo. A metoidioplastia (que alguns denominam também de ortofaloplastia) é a criação de um pênis a partir do clitóris que cresceu pelo uso da testosterona. A pele ao redor do clitóris é removida para que o clitóris possa se estender da região pubiana e dar a aparência de um pênis. A gordura da região pubiana pode ser retirada, e a pele em torno da área puxada. Algumas pessoas também têm a uretra alongada, o que torna possível urinar de pé. A cirurgia de metoidioplastia também é feita com a remoção da vagina (colpectomia), e a criação do escroto e testículos (escrotoplastia). Esta cirurgia fica com um resultado final fisiologicamente mais semelhante ao de um pênis comum (sensibilidade erógena semelhante e capacidade de ficar ereto semelhante). Mas o pênis resultante é menor que o tamanho médio do pênis de uma pessoa testiculada (seria um micropênis) e seu uso na relação sexual seria limitado.
– Vaginoplastia: Construção cirúrgica de uma vagina. A glândula bulbouretral, bem como a próstata, são mantidas para possibilitar que a vagina tenha alguma lubrificação natural. Pode ser feita pelo SUS.
– Orquiectomia: Remoção cirúrgica dos testículos. É um procedimento muito utilizado em mulheres trans no exterior mas ainda muito pouco conhecido e utilizado no Brasil. É uma cirurgia simples e bem conhecida pelos urologistas pois é muito utilizada em casos de cânceres que afetem a região das gônadas como o de próstata. Com a eliminação dos testículos diminui-se o volume causado pelos genitais. Isso torna mais fácil utilizar biquines por exemplo. Elimina-se a produção de testosterona não sendo na maioria dos casos necessário utilizar algum bloqueador de testosterona como parte do tratamento hormonal. Então, diminui os riscos a saúde causados pelo consumo de anti-andrógenos, permitindo a redução das doses hormonais. Existe a possibilidade da pessoa perder a capacidade de ter orgasmos ou até de ter ereção. Se estes riscos representarem um problema muito grande a cirurgia é desaconselhável. Muitas mulheres trans que se submetem a orquiectomia continuam com a capacidade de ter ereções e orgasmos mas cada organismo reage de um jeito e não há como garantir as funções sexuais previamente. A pessoa só vai descobrir isso depois de fazer a cirurgia. Portanto se o orgasmo é mais importante que qualquer outro benefício, não faça! Para quem pretende fazer uma vaginoplastia é possível realizar a orquiectomia antes. Mas é importante se atentar para a técnica a ser utilizada. Enquanto para alguém que não pretende fazer a vaginoplastia pode ser benéfico a remoção do saco escrotal, para quem pretende fazer a vaginoplastia a integridade do escroto é imprescindível! Dê preferência para um cirurgião que também realize vaginoplastia. Converse abertamente sobre isso com o cirurgião de sua escolha. SUS não cobre essa cirurgia.
– Mastectomia e Mamoplastia: Como não é somente retirada das mamas, mas também reconstrução do peitoral, é ideal que seja feita por pessoa cirurgiã plástica. Pode ser feita pelo SUS, por planos de saúde ou por clínicas particulares.
– Implantes de silicone nas mamas: O implante de silicone, também chamado de mamoplastia de aumento, é um procedimento cirúrgico que tem como objetivo aumentar o volume das mamas e proporcionar um melhor contorno, firmeza e simetria para os seios através da inclusão de prótese de silicone.
– Feminização facial: A Cirurgia de Feminização Facial (CFF) é um dos recursos médicos usados para suavizar o aspecto do rosto e torná-lo “mais feminino”. Há vários procedimentos cirúrgicos envolvidos, os quais podem ser feitos em conjunto ou de acordo com a necessidade de cada paciente. Os mais usuais são: raspagem das arestas das sobrancelhas, abrandamento do formato da mandíbula, diminuição ou redimensionamento da testa (e das possíveis entradas), rinoplastia, transplante capilar, raspagem do pomo-de-adão, lifting, blefaroplastia, aplicação de colágeno, entre outros
—————|Termos Relacionados com Identidade de Gênero e com Expressão de Gênero|—————
– Identidade de gênero / gênero: é a experiência subjetiva de uma pessoa a respeito de si mesma e das relações dessa pessoa com os outros gêneros. É como alguém sente sua própria essência do “ser”. Não se restringe a homem ou mulher, nem equivale necessariamente ao sexo ou gênero que foi atribuído no nascimento da pessoa. Gênero pode ser binário (só mulher ou só homem) ou não-binário (todos os outros gêneros). NÃO depende dos genitais externos e nem do sistema reprodutor.
– Sexo (gênero): sinônimo de gênero. O termo sexo é mais utilizado como sinônimo de gênero do que como sinônimo de genital. Exemplos: sexo feminino, sexo neutrois, sexo bigênero, sexo andrógine…
– AFAB e AMAB: assigned female at birth, ou seja, designade como mulher no nascimento. Assigned male at birth, ou seja, designade como homem no nascimento.
– ASAB: “Assigned sex at birth”, ou seja, o sexo ou gênero designado no nascimento. Exemplo: meu ASAB é feminino.
– Anti-binarismo (ideologia): conjunto de ideologias que contrariam o preconceito chamado Binarismo, ou seja, anti-binarismo é algo ótimo.
– Androginia (expressão de gênero): Aparência física ambígua. Não é um gênero. Alguém cuja aparência física é andrógina, ou seja, pode ser uma combinação ou um meio-termo de feminino e masculino. Quando não é possível distinguir facilmente a aparência física entre somente-feminina ou somente-masculina. Quando alguém está usando, simultaneamente, roupas consideradas masculinas e femininas.
– Butch (expressão de gênero): expressão de aparência física e/ou de comportamento semelhante a aspectos tradicionalmente masculinos, sendo que o gênero da pessoa está no espectro feminino (podendo ser uma pessoa binária ou não). Fortemente associado à cultura lésbica. Algo hyper-masculino. Exemplos: mulheres cis lésbicas butch, mulheres trans butch, andrógine butch…
– CAFAB e CAMAB: Coercively assigned female at birth. Coercively assigned male at birth. Coercivamente designade como mulher/homem no nascimento.
– Crossdressing: prática de vestir roupas que não combinam com a identidade de gênero da pessoa. Pode ser algo prazeroso ou algo necessário para a sobrevivência (ou seja, algo forçado pela sociedade). Pessoas trans que vestem roupas que combinam somente com o gênero designado dizem estar fazendo crossdressing. Existem pessoas trans que fazem crossdressing por prazer.
– Disforia de gênero: Sentimento de não-pertencimento/inadequação a um determinado gênero causado por uma falha em cumprir as expectativas de uma norma social perversa, que opera no sentido de deslegitimar corpos não-cisgêneros. A sensação, por exemplo, de que possuir determinados genitais deslegitima seu gênero pode ser um exemplo de disforia.
– Transtorno Dismórfico Corporal: um transtorno psicológico muito grave no qual uma pessoa se torna excessivamente obsessiva com algum aspecto da aparência física, a nível de se tornar extremamente depressiva. Não deve ser confundido com disforia de gênero.
– DFAB e DMAB: Designated female at birth. Designated male at birth. Alternativa para AFAB e AMAB.
– Drag Queen: uma pessoa que não se identifica como mulher e que se veste de forma artística para representar uma mulher. Mulheres trans não são drag queens!! Há casos de drag queens depois passarem a se identificar como mulheres trans.
– Drag King: uma pessoa que não se identifica como homem e que se veste de forma artística para representar um homem. Homens trans não são drag kings!! Há casos de drag kings depois passarem a se identificar como homens trans.
– Expressão de gênero / performance de gênero: estilos de roupas, acessórios, modo de falar, linguagem, comportamentos, modificações corporais (ex: piercings, tatuagens), cortes de cabelo…pelos quais uma pessoa demonstra seu gênero.
– Feminino de Centro: quando uma pessoa se sente como sendo principalmente feminine.
– Femme (expressão de gênero): relacionado ao que é considerado tradicionalmente como feminino. Pode ser o estilo de roupas, a aparência física, o comportamento. Fortemente associado à cultura lésbica. Algo hyper-feminino.
– Gênero ou sexo designado / gênero imposto: o gênero ou sexo que foi atribuído à pessoa no nascimento. Gênero/sexo que foi forçado à pessoa, sem ela ter consciência disso. Esse gênero é imposto pela Medicina, pela sociedade e pela família. Essa imposição de gênero é baseada somente na genitália externa. O gênero designado não tem nada a ver com o gênero verdadeiro da pessoa.
– Genderfuck (expressão de gênero): expressão de gênero política. Quem propositalmente faz questão de desafiar a normatividade de gênero, quebrando e subvertendo paradigmas de gênero.
– Linguagem Não-Binária ou Neutra: conjunto imenso de formas linguísticas para se comunicar de maneira a não demarcar gênero para pessoas. Essa forma de linguagem é extremamente importante para pessoas não-binárias.
– Masculino de Centro: quando uma pessoa se sente como sendo principalmente masculine.
– Não-conformidade de Gênero: maneiras de agir, de falar, de se vestir que são discriminadas pela sociedade tradicional.
– Papel social de gênero: conjunto de expectativas, normas e pressões culturais associadas a um gênero em particular. Pessoas podem seguir ou ignorar os papéis sociais de gênero. Conformidade com os papéis sociais de gênero não reflete o gênero verdadeiro da pessoa. Pessoas cis que violam os papéis sociais de gênero não “se tornam” trans. Pessoas trans não precisam seguir papéis sociais de gênero para afirmarem seu gênero.
– Passável: pessoa passável é aquela que é vista pela sociedade como sendo do gênero que ela realmente se identifica.
– Ser lide como… / Being read : uma frase usada quando uma pessoa trans é lida pela sociedade como sendo de tal gênero. Pode ser algo positivo (quando a sociedade vê a pessoa trans como sendo do gênero correto) ou negativo (quando a sociedade vê a pessoa trans como sendo de um outro gênero que não é o da pessoa).
– Tratamento de gênero: é a forma gramatical pela qual uma pessoa trata a si mesma e também pela qual essa pessoa deve ser tratada no âmbito social. É o modo de chamar alguém quanto ao gênero gramatical. As formas de tratamento de gênero podem ser: não-binária / neutra, feminina ou masculina. Por exemplo, alguém de tratamento feminino deve ser chamada por pronomes, substantivos e adjetivos femininos, como “menina”, “ela/dela/nela/aquela”, “linda”, etc. Tratamentos de gênero não dependem da identidade de gênero, nem da expressão de gênero e nem do tipo de atração sexual / romântica. O que importa mesmo é se o tratamento te representa bem~ Isso significa que: pessoas binárias podem ter tratamento não-binário (neutro), mulheres podem ter tratamento masculino, homens podem ter tratamento feminino, pessoas não-binárias podem ter tratamento binário (feminino/masculino)…
Identidades de Gênero:
– Agênero / Não-gênero / Genderless / Gendervoid: identidade não-binária de pessoas que vivenciam ausência de gênero ou que se identificam fora dos outros gêneros. Gendervoid é um outro nome para agênero e significa, ao pé da letra, vazio de gênero.
– Aliagênero / Alia: uma vivência de gênero que é “outra” (outrogênero), que se distingue de outras construções de gêneros.
– Ambigênero: mais de um gênero, ou um gênero não-binário relacionado com andrógine, bigênero e/ou genderfluid. Ambiguidade de gênero e/ou multiplicidade de gênero.
– Andrógine (identidade de gênero): gênero relacionado com androginia, ou seja, gênero ambíguo. Um meio-termo entre os gêneros feminino e masculino, sem que seja uma bigeneridade. Andrógines não precisam necessariamente ter aparência física andrógina. Andrógine pode ser categorizado como um tipo específico de intergênero.
– Bigênero: Pessoa que é totalmente de dois gêneros, sem que haja uma mescla coesa entre os dois. Normalmente se manifesta como alternância entre os dois gêneros, ou como duas camadas na psiquê da pessoa (como uma interface/performatividade/expressão feminina e uma identidade/sentimento feminina). Qualquer dupla combinação de gêneros é possível (não é somente uma combinação de feminino + masculino).
– Binário de gênero: é a classificação de gênero / sexo em duas categorias distintas e desconectadas, que são os gêneros feminino e masculino. É o sistema normativo de gênero.
– Butch (identidade de gênero): Identidade relacionada ao que é tradicionalmente considerado masculino. Identidade hyper-masculina. Identidade geralmente considerada como binária, porém também pode ser n-b.
– Cis / Cisgênero / Cissexual: cis vem do latim e significa “do mesmo lado”. Pessoa cuja identidade de gênero é concordante com o gênero/sexo que lhe foi atribuído no nascimento. Gênero = gênero designado. Pessoas cis são sempre binárias, porque os gêneros designados são binários.
Exemplo: uma pessoa que nasceu com pênis e que a Medicina e a família designaram como do gênero masculino e passaram a tratar como menino. A pessoa foi crescendo e se identificou como sendo do mesmo gênero que havia sido atribuído a ela. Então, é um homem cis.
– Cishet: pessoa cisgênera, heterossexual e heterorromântica.
– Demigênero (definição primária): demimeninos (demiboys), demimeninas (demigirls) e demi-agêneros e demienbies são pessoas que sentem suas identidades de gênero como sendo parcialmente femininas ou masculinas (sem, entretanto, que isso justifique chamá-las de mulheres ou homens), e parcialmente alguma identidade não-binária (como por exemplo epiceno agênero ou ambos), ou parcialmente agênero e parcialmente alguma outra identidade não-binária (como por exemplo epicenos dos tipos andrógino ou bigênero), seja em uma mescla coesa entre os dois, seja em forma de uma troca que muda com tempo ou situação. Geralmente demimeninos usarão nomes e pronomes masculinos enquanto demimeninas usarão de nomes e pronomes femininos, mas isso não torna sua identidade de gênero binária, e isso não é válido para todas as pessoas. Nenhum dos tipos de demigênero depende do sexo no qual você foi designado ao nascimento.
– Demigênero (definições secundárias): pessoas designadas menina ou menino ao nascimento que possuem pouquíssima identificação com a feminilidade ou a masculinidade, respectivamente, incluindo possivelmente como se sentir fazendo parte dos grupos “mulher” e “homem” propriamente ditos, mas não o suficiente para sentirem disforia em forma de desconforto físico e é ausente de tentativa de transição em nome social e pronomes de tratamento. Ou ainda, pessoas designadas menina ou menino ao nascimento que sentem-se como parte mais de um gênero masculino ou feminino, respectivamente, mas não de forma binária, o que faz com que os termos “homem trans” e “mulher trans” sejam “fortes”, e por isso neguem uma parte deles que ainda seja parcialmente feminina ou masculina.
– Demi-agênero: é uma pessoa demigênera que está entre o agênero e um gênero não-binário.
– Demienby / Demi-nb: uma pessoa demigênera que está entre um gênero não-binário e outro gênero não-binário. “Enby” é um termo casual para não-bináries na língua inglesa; o termo casual em português é “n-b”. Um exemplo de demienby é demineutrois. Neutrois é um senso de gênero, enquanto que agênero é um senso de não-pertencimento.
– Epiceno: Denominador comum de todos os outros gêneros. “Pangênero é como um caleidoscópio, enquanto que epiceno é como um camaleão.” Alguém com extrema fluidez. Alguém com gênero não-permanente.
– Femme (identidade de gênero): uma identidade de gênero associada ao que é tradicionalmente considerado como feminino. Identidade hyper-feminina. É uma identidade geralmente considerada como binária, porém também pode ser n-b.
– Gêneros binários / Binaridade / Pessoas binárias: os dois gêneros feminino e masculino. Mulheres e homens. Uma pessoa binária é aquela que se identifica estritamente com o gênero feminino OU com o gênero masculino, sempre de forma separada, sem fluidez e em totalidade. Pessoas binárias podem ser cis ou trans.
– Gêneros não-binários / Não-binário de gênero / pessoas não-binárias / não-bináries / n-b: pessoas transgênero cuja identidade de gênero não é um simples “mulher” ou “homem”, ou seja, não são “exclusivamente-e-totalmente mulher” ou “exclusivamente-e-totalmente homem”. Inclui formas variadas de neutralidade, ambiguidade, multiplicidade, parcialidade, ageneridade, outrogeneridade e fluidez de gênero. Os gêneros não-binários são todos aqueles que não são nem gênero feminino somente e nem gênero masculino somente. Exemplos de identidades n-b: bigênero, agênero, andrógine, neutrois, demigênero, genderfluid, pangênero, butch n-b, femme n-b, aliagênero, terceiro-gênero, travesti n-b, etc.
– Gêneros Étnicos: grupo imenso que inclui todas as identidades de gênero não-binárias (no sentido descritivo somente!) de culturas étnicas variadas (culturas não-ocidentais). Muitas pessoas de gênero étnico se identificam como *terceiro-gênero* (porém deve-se lembrar que é uma identidade diferente daquela de culturas ocidentais). Travestis não-bináries podem ser considerades como gênero étnico do Brasil. Exemplos de gêneros étnicos: Alyha (cultura Mohave da América do Norte), Ay’lonit (cultura judaica), Badés (cultura Sioux da América do Norte), Baklâ (Filipinas), Bissu + Calabai + Calalai (cultura Bugis da Indonésia). Informações detalhadas nesse link: “http://espectrometria-nao-binaria.tumblr.com/post/96101668388/sobre-generos-etnicos”
– Genderfluid / Gênero fluido / Genderflexible: Alguém que possui um espectro de gêneros que mudam. Por exemplo, pode ser alguém que, um dia, é mulher e, no outro dia, é homem. Não é restrito a dois gêneros.
– Genderflux: variação na intensidade do gênero. Variação ao longo de um espectro de agênero. Por exemplo: um dia você se sente “com muito gênero” e, no outro dia, você se sente “com pouco gênero” ou sem gênero. Uma mulher genderflux pode se sentir, ao passar dos dias, como totalmente mulher, parcialmente mulher e agênera. Genderflux pode ser considerado como um subtipo de genderfluid. Pode ser acompanhado por mudanças em qual gênero você se identifica mais (masculino, feminino, neutrois, andrógine…) ou não.
– Genderqueer: pode ser (1) uma identidade de gênero não-binária de pessoas trans, ou (2) uma identidade de pessoas de gênero binário que têm expressão de gênero não-binária, sendo que podem ser cis ou trans. Portanto, genderqueer se encaixa na não-binaridade, podendo ser um gênero não-binário ou não (depende da pessoa). Genderqueer é um termo mais antigo (datando de 1990) e com conotação política (porque está associado com movimentos Queer da América do Norte), enquanto que não-binário de gênero é mais recente (~2005) e é politicamente mais neutro (porque o objetivo é ser um termo descritivo). Genderqueer também são pessoas que não se sentem disfóricas com seu desígnio de nascimento, mas seu interesse pelo romance entre pessoas de gênero diferente cria um borrão em sua identidade (ex.: girlfags e guydykes), ou que têm uma apresentação “bizarra” de gênero sem deixar de serem cisgênero, usando-se do termo queer como manifesto político contra os papéis de gênero que são usados para disciplinar as pessoas em determinada performance de gênero vista como apropriada.
– Genderfuck (identidade de gênero): identidade de gênero política. Quem propositalmente faz questão de desafiar a normatividade de gênero, quebrando e subvertendo paradigmas de gênero. Essas pessoas percebem gênero como construções muitas vezes artísticas e performam o tempo todo de forma intermediária ou fluida entre os gêneros. Na maior parte das vezes essas identidades atingem a performatividade de gênero, e vemos corpos difíceis de classificar.
– Genderpivot: intersecção de bigênero e gênero fluido: enquanto um gênero é fixo em certo ponto do espectro, o outro gênero vaga sem rumo pelo mesmo.
– Graygênero / Greygênero / Graygender / Greygender: pessoa que se identifica como (no mínimo, parcialmente) fora do binário de gênero e possui forte ambivalência / contradição natural a respeito de seu gênero ou de sua expressão de gênero. Pode ser uma característica do gênero ou uma expressão de gênero (que nem fluidez de gênero).
– Girlfags e guydykes: (aviso: essa categoria é potencialmente ofensiva a pessoas homorromânticas/homossexuais) são meninas e meninos de qualquer orientação sexual que desejam para si relacionamentos gays e lésbicos, respectivamente, ao ponto dessa “obsessão” fazê-los reivindicar de interesses vistos como socialmente apropriados para seu gênero que eles passam a não mais desejar serem do gênero que foram designados, mas sem formar uma disforia no sentido transgênero da coisa. Meninas girlfags são vistas como extremamente comuns nos fandoms de yaoi, shounen-ai, bara e slash, ao ponto de estereotiparem todas as fujoshi (fã de yaoi, o masculino é fudanshi ou fukei) como tendo comportamento girlfag típico em uma luz pejorativa como crítica às mesmas.
– Intergênero: pessoa cujo gênero está entre dois outros gêneros, sem que haja uma combinação dos dois gêneros. Um exemplo de intergênero é o andrógine.
– Multigênero / Multiplicidade de gêneros / Espectro multigênero: termo guarda-chuva que inclui todes que se identificam com mais de um gênero. Bigêneres, trigêneres, poligêneres, pangêneres e genderfluids.
-Nan0menino / Nan0boy: os gêneros nan0 originalmente foram criados como termos pejorativos que truscum fizeram para zoar de demigêneros. Então, a comunidade nanogênera pegou esses termos e re-significaram eles. Nan0boy é alguém cujo gênero tem uma pequena concentração de masculino + algum outro gênero.
-Nan0menina / Nan0girl: os gêneros nan0 originalmente foram criados como termos pejorativos que truscum fizeram para zoar de demigêneros. Então, a comunidade nanogênera pegou esses termos e re-significaram eles. Nan0girl é alguém cujo gênero tem uma pequena concentração de feminino + algum outro gênero.
– Não-binário / n-b: todos os atributos que não se categorizam dentro do binário de gênero, ou seja, tudo que não é exclusivamente-e-totalmente relacionado à mulheridade OU exclusivamente-e-totalmente relacionado à hombridade. O termo não-binário foi criado com o objetivo de ser essencialmente descritivo e não político (ao contrário de genderqueer, que é um termo essencialmente político). Não-binário pode ser estritamente identitário ou estritamente descritivo! Enquanto termo estritamente descritivo, ele diz respeito a qualquer característica individual que não se enquadre dentro dos padrões de binário de gênero, ou seja, não está relacionado com transgeneridade (um exemplo disso é corporalidade não-binária que se refere a intersexos). Enquanto termo estritamente identitário, ele diz respeito à maneira que uma pessoa se identifica a si própria (auto-identificação) e está relacionado à transgeneridade. O termo “n-b” é a forma casual de não-binário na língua portuguesa.
– Não-binaridade / n-b (SENTIDO AMPLO): qualidade de algo ou alguém que é não-binário. Não-binaridade lato sensu se refere ao conjunto amplo de: identidades de gênero não-binárias, expressões de gênero não-binárias, sexualidades não-binárias, romanticidades não-binárias e corporalidades não-binária. Isso significa que inclui pessoas genderqueer, intersexos e pessoas de sexualidade/romanticidade não-binária (escoliossexualidade, bissexualidade, polisexualidade, pansexualidade, assexualidade, demissexualidade, graysexualidade).
– Não-binaridade / n-b (SENTIDO ESTRITO): qualidade de algo ou alguém que é não-binário. Não-binaridade stricto sensu se refere somente às identidades de gênero não-binárias.
– Neutrois: gênero neutro; quem não se identifica nem com feminino, nem com masculino e nem com outro gênero, porém possui um gênero, o qual é neutro.
– Outrogênero / Espectro outrogênero / outrogeneridade: o espectro outrogênero é um conjunto amplo de gêneros que se posicionam totalmente fora e sem qualquer conexão com os gêneros feminino e masculino. Os gêneros desse espectro são: aliagênero, travesti n-b, terceiro-gênero, quarto-gênero, etc. OBS: Agênero e neutrois não são outrogênero, porque ambos já estão dentro dos seus próprios espectros (espectro agênero e espectro neutro).
– Pangênero (sinônimo= onigênero): experiência de gênero que se refere a uma enorme multiplicidade de gêneros que pode (ou não) tender ao infinito (ou seja, pode ir além do conhecimento atual sobre gêneros). Essa experiência de gênero pode ser simultânea ou ao longo do tempo. O prefixo Grego “pan” é referente a “tudo” ou “todos”, logo, pangênero pode significar “todos os gêneros”, entretanto, isso não significa que pangêneres tentem se identificar com gêneros étnicos não-pertencentes à sua cultura (e ainda por cima TODOS), porque isso seria impossível (pois seria necessário passar a vida em todas as culturas ao mesmo tempo). Tentar se identificar com gêneros étnicos de culturas da qual não se pertence é uma prática colonialista / apropriadora; pessoas que fazem isso e se dizem pangêneras NÃO devem ser consideradas como exemplo de pangeneridade. Pangeneridade pode se expressar com uma fluidez de gênero ou não; por exemplo, uma pessoa pangênera pode manifestar genderflux, variando entre pangênero e agênero. Para ser pangênere, não é necessário conhecer tudo sobre todos os gêneros atualmente estabelecidos; ser pangênere é sentir que seu gênero vai além dos limites do conhecimento atual sobre gêneros. (mais informações: http://pangendering.tumblr.com/)
– Poligênero: multiplicidade de gêneros semelhante à pangeneridade, porém, geralmente, engloba menos gêneros. Por exemplo: alguém que se identifica com a maioria dos gêneros, exceto o masculino.
– Terceiro-Gênero: pessoas que se identificam como um terceiro-gênero, ou seja, fora de feminino e masculino. Há váries travestis não-bináries que se identificam como terceiro-gênero. Terceiro-gênero também tem bastante relação com gêneros étnicos, porque há muitas pessoas de gênero étnico que são terceiro-gênero.
– Transgênero / Transexual: trans vem do latim e significa “do outro lado”. Pessoas transgênero ou transexuais são aquelas cujo gênero DIFERE do gênero designado/imposto. A identidade de gênero de uma pessoa transgênero ou transexual é DIFERENTE daquela atribuída ao nascimento, ou seja gênero =/= gênero designado. Pessoas transgênero ou transexuais podem ser binárias (mulheres e homens transgênero ou transexuais) ou não-binárias (NÃO são 100% mulher ou 100% homem).
Exemplo: uma pessoa nasceu com vagina, a Medicina e a família designaram como do gênero feminino e, então, passaram a tratar como se fosse menina só por causa da vagina. A criança foi crescendo e foi se descobrindo como sendo, na verdade, um menino. Então, esse menino que sempre fora do gênero masculino, mas que sempre o trataram como menina, pode se identificar como homem transgênero, homem transexual, transmasculino, homem trans, trans-homem…etc. A identidade de uma pessoa depende de qual termo a pessoa mais se identifica, mais se vê contemplada. Nesse exemplo do garoto trans, a identidade de gênero se limitava ao gênero masculino, então seria uma pessoa binária.
– Trans: trans vem do latim e significa “do outro lado”. Pessoas trans são aquelas cujo gênero DIFERE do gênero designado/imposto. A identidade de gênero de uma pessoa trans é DIFERENTE daquela atribuída ao nascimento, ou seja gênero =/= gênero designado. Trans pode ser diminutivo de transgênero e transexual, porém há pessoas que se identificam somente com trans e não com transgênero e nem com transexual e isto deve ser respeitado. Não se deve chamar de transgênero uma pessoa que se identifica como trans e não se identifica como transgênero. Pessoas trans podem ser binárias (mulheres e homens trans) ou não-binárias (NÃO são 100% mulher ou 100% homem).
– Travestis: são pessoas que se identificam com feminilidade/mulheridade e que desde sempre foram erroneamente designadas como homens, porém NÃO SÃO HOMENS. Há muitas travestis que não se identificam como trans/transgênero/transexual e isso deve ser respeitado, portanto não se pode dizer que “todas as travestis são trans”. Travesti pode ser um gênero (por exemplo, “eu sou travesti”) ou simplesmente uma identidade não-gênero (por exemplo, “eu sou travesti e sou mulher”). Travesti é uma vivência exclusiva do contexto histórico-social do Brasil. Travestis devem ser tratadas no feminino e NUNCA no masculino!
– Travestis binárias / travestis mulheres: São travestis que se identificam em totalidade com o gênero feminino, ou seja, se identificam estritamente como mulheres. Geralmente, travestis binárias usam “travesti” como uma identidade não-gênero, enquanto que o gênero delas é o feminino (mulher).
– Travestis não-binárias: São travestis que se identificam fora do binário de gênero ou que se expressam de forma não-binária. Pode ser um gênero não-binário. Exemplos: travestis genderfluid, travestis que são terceiro-gênero, travestis que são mulher e homem simultaneamente, travestis que dizem ter corpo masculino e alma feminina, etc.
– Trigênero: quem se identifica com três gêneros simultaneamente, podendo haver fluidez ou não.
– Two-Spirit: termo guarda-chuva para todos os gêneros étnicos das tribos norte-americanas.
Preconceitos:
– Binarismo: preconceito e discriminação, interpessoal e / ou institucional contra pessoas cuja identidade de gênero se encontra fora do binário de gênero / sexo [homem e mulher]. Apresenta-se também como a crença de que tais pessoas não existem.
– Cissexismo: cissexismo é um conjunto de noções que estabelecem as pessoas trans abaixo das pessoas cis, normalmente de forma institucional. A noção de que o gênero é definido pelo corpo, de que uma mulher ou homem devem ser de uma determinada forma, de que corpos trans são bizarros, de que existem apenas dois gêneros fixos, etc.
– Enbyfobia / NBfobia: discriminação e invalidação de pessoas não-binárias de forma sistemática, institucional e/ou individual. Quando a opressão é exclusivamente direcionada contra não-bináries. Pode ser um sinônimo de Binarismo.
– Essencialismo “biológico” / Pseudobiologia: em discussões trans, é a crença de que o gênero da pessoa SÓ pode ser definido pelos genes ou pelos genitais e que SÓ existem dois tipos anatômicos e genéticos (então há desprezo por pessoas intersex). Trata-se de uso de uma pseudobiologia.
– Misgender / Misgendering: prática preconceituosa de tratar uma pessoa erroneamente por outro gênero, ignorando o gênero verdadeiro da pessoa. Ao pé da letra, significa: generificação errada. Exemplo: tratar uma mulher como se fosse homem.
– Mispronoun: prática preconceituosa de usar os pronomes errados, ignorando os pronomes corretos da pessoa. Exemplo: chamar ume não-binárie de “ela”, quando quer ser chamade de “elu”.
– Misoginia: ódio ao feminino; ódio às mulheres trans e cis. Opressão, discriminação e invalidação de mulheres de forma sistemática, institucional e/ou individual.
– Misandria: ódio ao masculino; ódio aos homens trans e cis. Misandria é usada como forma de mulheres se defenderem contra machismo, misoginia e outras opressões patriarcais, porém, misandria pode ser MUITO danosa contra homens trans e pessoas não-binárias que vivenciam alguma masculinidade quando se faz mal uso da estratégia misândrica.
– Transfobia: discriminação e invalidação de pessoas trans de forma sistemática, institucional e/ou individual.
– Transmeritocracia: crença preconceituosa de que existiria uma hierarquia trans, em que certas pessoas trans seriam “mais trans” e que as outras pessoas não seriam “trans de verdade”. Exemplo: quando uma pessoa trans acha que outre trans é “menos trans”, porque não faz hormonização. Outro exemplo: quando uma pessoa trans binária diz que trans não-bináries são “menos trans”.
– Transmisoginia: interseção entre transfobia e misoginia. Ou seja, mulheres trans vítimas dessas opressões ao mesmo tempo.
– Truscum: pessoas preconceituosas que seguem a ideia de que “você só é trans, se odiar seus genitais”. Atitude de gente que tem preconceito contra não-bináries. E existem truscum não-binários e truscum que aceita gente não-binária contanto que se atinja a definição médica de disforia de gênero, ou que aceita a ideia de patologização da disforia de gênero como positiva…os que negam a ideia de transexualidade não-binária e/ou que afirmam que apenas transexuais deveriam se posicionar como pessoas trans e/ou que afirmam que os gêneros não-binários e o transfeminismo em pessoas sem disforia genital é uma glamourização da transgeneridade são os mais radicais. No fim todos eles são problemáticos pela mesma razão.
– T-lovers: grupo de pessoas (geralmente homens cis e hetero) que sexualmente objetificam pessoas trans, tratando-as como se fossem algo não-humano que só serve para sexo. A maioria de t-lovers são pessoas transfóbicas. Isso é semelhante à objetificação de mulheres por homens misóginos.
———-|Termos Relacionados com Atração sexual / romântica|———-
Identidade sexual / Sexualidade / Tipo de atração sexual / Orientação sexual: diz respeito por quais gêneros uma pessoa pode sentir atração sexual (desejo de ter relações sexuais), SE a pessoa sentir atração sexual (porque assexuais não vivenciam atração sexual). NÃO é uma opção da pessoa e também não é possível que alguém convença uma pessoa a sentir certa atração. Exemplo: minha identidade sexual é a pansexualidade.
Identidade romântica / Romanticidade / Tipo de atração romântica / Orientação romântica: diz respeito à atração romântica (desejo de ter relações afetivas), SE a pessoa sentir atração romântica (porque arromantiques não vivenciam atração romântica). NÃO é uma opção da pessoa e também não é possível que alguém convença uma pessoa a sentir certa atração. Exemplo: minha identidade romântica é a panromanticidade.
OBSERVAÇÃO: nem sempre a identidade sexual bate com a identidade romântica. Uma pessoa pode sentir atração sexual somente por homens, mas não se sentir romanticamente atraída por ninguém, por exemplo.
– Ambissexualidade / Ambissexual / Ambifilia / Ambi: atração sexual por dois (2) gêneros distintos, sendo que se refere geralmente à atração por mulheres e homens. Pode também ser usado como sinônimo de bissexual.
– Ambirromanticidade / Pessoa ambirromântica: atração romântica por dois (2) gêneros distintos, sendo que se refere geralmente à atração por mulheres e homens.
– Androssexualidade / Androssexual / Androfilia: atração sexual por homens / masculinidade. Relevante para se referir à orientação sexual de pessoas não-binárias.
– Androrromanticidade/ Pessoa androrromântica: quem sente atração romântica por homens / masculinidade.
– Andro-skolio-sexual: quem sente atração sexual por masculinidade e por não-binaridade e/ou genderqueer.
– Andro-skolio-romanticidade / Pessoa andro-scolio-romântica: quem sente atração romântica por masculinidade e por não-binaridade ou genderqueer.
– Assexual / ace: pessoa que não sente atração sexual por outras pessoas.
– Espectro assexual: todas as pessoas que são assexuais, gray-assexuais, demissexuais e quem tem tendências à assexualidade.
– Allossexual: pessoa que sente atração sexual por outras pessoas. Não-assexual.
– Atração Estética: interesse ou desejo de apreciar a aparência física de alguém, sem haver necessariamente desejo sexual ou romântico. Não há desejo de ter qualquer tipo de contato.
– Atração Romântica: é o desejo de se ter uma relação romântica com uma pessoa.
– Atração Sensual: é o desejo de fazer coisas sensuais (e não sexuais) com alguém. Especialmente relacionado com contato sensual, como ficar de conchinha.
– Atração Sexual: é o desejo de se ter relações sexuais com alguma pessoa. Esse sentimento só acontece em pessoas sexuais.
– Arromanticidade/ Pessoa arromântica / aro: quem não sente atração romântica por outras pessoas.
– Espectro arromântico: todas as pessoas que são arromânticas, gray-românticas, demirromânticas, lithromânticas e quem tem tendências ao arromântico.
– Romanticidade / Allorromanticidade/ Pessoa allorromântica / romântica: quem sente atração romântica por outras pessoas. Quem não é arromantique.
– Autossexual: um termo antigo que é raramente usado hoje em dia. Alguém que apenas (ou principalmente) ganha prazer sexual de si próprie ao invés de ganhar prazer sexual de outras pessoas.
– Bissexualidade / Bissexual: (1) pode ser alguém que sente atração sexual por dois OU mais gêneros (podendo ser gêneros não-binários também). (2) Pode ser também alguém que sente atração sexual pelo mesmo gênero e também por gêneros diferentes.
– Birromanticidade / Pessoa Birromântica: (1) pode ser alguém que sente atração romântica por dois OU mais gêneros (podendo ser gêneros não-binários também). (2) Pode ser também alguém que sente atração romântica pelo mesmo gênero e também por gêneros diferentes.
– Crush: é um tipo de atração romântica. É o desejo, possivelmente temporário, de se ter uma relação romântica. É uma paquera que possivelmente não levará a algum contato.
– Demissexual: quem somente sente atração sexual por uma pessoa após desenvolver uma forte conexão emocional com a mesma. Pode ser também o grau do tipo de atração, isto é, o modo com que a atração sexual se dá. Por exemplo, uma pessoa bissexual pode ter também demissexualidade.
– Demirromanticidade / Pessoa demirromântica: quem somente sente atração romântica por uma pessoa após desenvolver uma forte conexão emocional com a mesma. Pode ser também o grau do tipo de atração, isto é, o modo com que a atração romântica se dá. Por exemplo, uma pessoa birromântica pode ter também demirromanticidade.
– Skoliossexual: Esse termo foi criado em 2010 a partir de ‘skolio’, uma palavra grega que significa: tortuoso, desviante, curvado. Portanto, ‘skolio’ passou a ser usado para representar as identidades não-binárias e/ou genderqueer, porque essas identidades são desviantes do padrão binário de gênero.
Diz respeito à possível atração sexual por gêneros não-binários e/ou genderqueer, independentemente da expressão de gênero (isto é, não depende da aparência física). Na verdade, trata-se de um termo guarda-chuva, pois inclui todas as formas de atrações pelos inúmeros gêneros não-binários (porque inclui atração por neutrois, agêneres, bigêneres, terceiro-gêneres, etc).
Esse tipo de atração sexual é não-binário, pois inclui como “alvo” gêneros não-binários e/ou genderqueer. Também é uma sexualidade não-monossexual.
– Skoliorromanticidade / Pessoa skoliorromântica: Esse termo foi criado em 2010 a partir de ‘skolio’, uma palavra grega que significa: tortuoso, desviante, curvado. Portanto, ‘skolio’ passou a ser usado para representar as identidades não-binárias e/ou genderqueer, porque essas identidades são desviantes do padrão binário de gênero.
Diz respeito à possível atração romântica por gêneros não-binários e/ou genderqueer, independentemente da expressão de gênero (isto é, não depende da aparência física). Na verdade, trata-se de um termo guarda-chuva, pois inclui todas as formas de atrações pelos inúmeros gêneros não-binários (porque inclui atração por neutrois, agêneres, bigêneres, terceiro-gêneres, etc).
– Gay: identidade de homens ou mulheres que sentem atração sexual e/ou romântica pelo mesmo gênero, exclusivamente.
– Ginofilia / ginossexualidade / Ginossexual: atração sexual por mulheres e/ou feminilidade, independentemente do sexo ou gênero daquele que possui o desejo. Relevante para se referir à orientação sexual de pessoas não-binárias.
– Gino-skolio-sexual: quem sente atração sexual por feminilidade e por não-binaridade ou genderqueer.
– Gino-skolio-romanticidade / Pessoa gino-scolio-romântica: quem sente atração romântica por feminilidade e por não-binaridade ou genderqueer.
– Ginorromanticidade / Pessoa ginorromântica: atração romântica pela feminilidade.
– Graysexual / gray-assexual / gray-a / grace: pessoa que somente sente atração sexual às vezes, ou raramente, sob condições especiais. Pessoa que está entre 100% assexual e allosexual. Pode ser também o grau do tipo de atração, isto é, o modo com que a atração sexual se dá. Por exemplo, uma pessoa bissexual pode ter também graysexualidade. Gray-a podem: (1) não vivenciar atração sexual cotidianamente, mas de vez em quando, (2) vivenciar apenas pouca atração sexual, (3) vivenciar atração sexual por completo, mas não o suficiente para querer realizar o ato sexual, (4) apenas sentem atração sexual em circunstâncias específicas.
– Gray-romanticidade / Pessoa gray-romântica: pessoa que somente sente atração romântica às vezes, ou raramente, sob condições especiais. Pessoa que está entre 100% arromanticidade e romanticidade. Pode ser também o grau do tipo de atração, isto é, o modo com que a atração romântica se dá. Por exemplo, uma pessoa birromântica pode ter também gray-romanticidade. Podem: (1) não vivenciar atração romântica cotidianamente, mas de vez em quando, (2) vivenciar apenas pouca atração romântica, (3) apenas sentem atração romântica em circunstâncias específicas.
– Heterossexual: quem sente atração sexual por pessoas de UM gênero diferente (NÃO pelo “gênero oposto”, porque não existe “gênero oposto”).
– Heterorromanticidade / Pessoa heterorromântica: quem sente atração romântica por pessoas de UM gênero diferente (NÃO pelo “gênero oposto”, porque não existe “gênero oposto”).
– Homossexual: pessoa que sente atração sexual pelo mesmo gênero (somente um gênero).
– Homorromanticidade / Pessoa homorromântica: pessoa que sente atração romântica pelo mesmo gênero (somente um gênero).
– Lésbica: mulher que se sente sexualmente e / ou romanticamente atraída por outras mulheres, exclusivamente.
– Lith-sexual / Lithossexual: quem sente atração sexual, porém não precisa que seus sentimentos sejam recíprocos, ou quem não gosta de receber atenção sexual. Também chamade de akoisexual ou akoinesexual.
– Lith-romanticidade / Pessoa lith-romântica: quem sente atração romântica, porém não precisa que seus sentimentos sejam recíprocos, ou quem não gosta de receber atenção romântica. Também chamada de pessoa akoirromântica ou akoinerromântica.
– Monossexual / Sexualidades Monossexuais / identidades sexuais monossexuais: conjunto de todas as sexualidades de pessoas que sentem atração por só um único gênero. São: heterossexualidade, homossexualidade, androssexualidade, ginossexualidade.
– Não-Monossexual / Sexualidades Não-Monossexuais / Sexualidades não-mono: é o conjunto de todas as sexualidades de pessoas que não sentem atração sexual por 1 único gênero (ao contrário da monossexualidade). Atração não-mono é a atração por mais de 1 gênero. São as identidades sexuais relacionadas à atração por mais de 1 gênero. As sexualidades não-mono são principalmente: androginossexualidade, bissexualidade, pansexualidade, polissexualidade, skoliossexualidade. Só que também pode incluir outras sexualidades, como demissexualidade, graysexualidade e lithossexualidade, se as pessoas dessas identidades sentirem atração sexual não-mono (por mais de 1 gênero). Então depende muito da pessoa.
– Identidade sexual ou romântica fluida / Sexualidade ou romanticidade fluida: uma característica da identidade sexual ou romântica de uma pessoa. Quando uma identidade sexual/romântica tem a capacidade de mudar conforme o tempo e a situação, ou seja, não é estática.
– Polissexualidade / Polissexual: pessoa que sente atração sexual por vários gêneros, mas não todos. Exemplo: alguém que sente atração sexual pela maioria dos gêneros, exceto por pessoas agêneras.
– Polirromanticidade/ Pessoa polirromântica: pessoa que sente atração romântica por vários gêneros, mas não todos. Exemplo: alguém que sente atração romântica pela maioria dos gêneros, exceto por pessoas agêneras.
– Pansexual / Onissexual: (1) pessoa que sente atração sexual por todos os gêneros, (2) pessoa que sente atração sexual independentemente do gênero, ou seja, o gênero não importa.
– Pan-romanticidade / Pessoa pan-romântica / Onirromanticidade / Pessoa onirromântica: (1) pessoa que sente atração romântica por todos os gêneros, (2) pessoa que sente atração romântica independentemente do gênero, ou seja, o gênero não importa.
– Pomossexual: neologismo construído a partir dos termos “pós-modernidade” e “sexual”; pessoas geralmente não-heterossexuais e/ou genderqueer que evitam classificações para orientações sexuais, tais como “homossexual” ou “heterossexual”, ou acreditam que não se encaixam na classificação vigente.
– Romanticidades Não-Binárias: é o conjunto de romanticidades (identidades românticas) que têm também como alvo gêneros não-binários, ou seja, são romanticidades que não se limitam ao binário de gênero. Isto é, são as romanticidades de pessoas que sentem atração romântica por (1) apenas gêneros não-binários, (2) também por gêneros não-binários, (3) ou por gêneros não-binários somente em situações específicas. Essas romanticidades são descritas como não-binárias, porque vão contra o binário de gênero. As romanticidades não-binárias são: skoliorromanticidade, birromanticidade, polirromanticidade, pan-romanticidade, demirromanticidade, gray-romanticidade, lithorromanticidade. Arromanticidade, enquanto ausência de atração romântica, não está inclusa nesse grupo, porque não há atração romântica por nenhum gênero. Demi e gray estão inclusas, porque pessoas demi e gray podem sentir atração por não-bináries em circunstâncias específicas.
– Squish: é uma crush (paquera) do tipo arromântico. É o desejo de se ter uma relação platônica com uma pessoa.
– Sexualidades Não-Binárias: é o conjunto de sexualidades (identidades sexuais) que têm também como alvo gêneros não-binários, ou seja, são sexualidades que não se limitam ao binário de gênero. Isto é, são as sexualidades de pessoas que sentem atração sexual por (1) apenas gêneros não-binários, (2) também por gêneros não-binários, (3) ou por gêneros não-binários somente em situações específicas. Essas sexualidades são descritas como não-binárias, porque vão contra o binário de gênero. As sexualidades não-binárias são: skoliossexualidade, bissexualidade, polissexualidade, pansexualidade, demissexualidade, graysexualidade, lithossexualidade. Assexualidade, enquanto ausência de atração sexual, não está inclusa nesse grupo, porque não há atração sexual por nenhum gênero. Demissexualidade e graysexualidade estão inclusas, porque pessoas demi e gray podem sentir atração sexual por não-bináries em circunstâncias específicas.
Preconceitos:
– Acefobia / Acephobia: preconceito ou discriminação contra pessoas do espectro assexual.
– Allosexismo: presunção de que ser allosexual é algo superior, ou de que só é possível ser allosexual.
– Antisexual / Anti-sexual: pessoa que se opõe às relações sexuais, ou que julga a vida sexual das outras pessoas como algo negativo/inferior. Relacionado a slut-shaming.
– Amatonormatividade: a força social que trata relações românticas (não-arromânticas) como superiores ou como mais importantes que relações de amizades.
– Bifobia: discriminação e invalidação de pessoas bissexuais / birromânticas de forma sistemática, institucional e/ou individual.
– Gayfobia: discriminação e invalidação de homens homossexuais / homorromânticos de forma sistemática, institucional e/ou individual.
– Heteronormatividade: presunção de que a heterossexualidade e a heterorromanticidade são o padrão a ser seguido, que são superiores às outras orientações. Também há heteronormatividade quando dizem que, em uma relação homossexual, uma pessoa tem que ser “homem” e a outra pessoa tem que ser “mulher”.
– Homofobia: discriminação e invalidação de pessoas homossexuais / homorromânticas de forma sistemática, institucional e/ou individual.
– Lesbofobia: discriminação e invalidação de mulheres lésbicas de forma sistemática, institucional e/ou individual.
– Panpolifobia / Pansexfobia / Polisexfobia: quando a discriminação é específica contra pansexuais e polissexuais.
– Sexualidade compulsória: a força cultural que supõe que todas as pessoas estejam sexualmente disponíveis ou em relações sexuais, e que supõe que sexo é um valor essencial ou um objetivo de todes. Heterossexualidade é especialmente valorizada.
Termos relacionados relevantes
– Anel negro / black ring: um acessório utilizado para indicar que tal pessoa é assexual. O anel é usualmente usado no dedo do meio da mão direita.
– ALGBTQI+: sigla que significa Assexuais, Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneres, Transexuais e Travestis, Queer e Intersexos e mais identidades.
– Asexy: termo que descreve uma pessoa ou algo que seja legal, excelente ou atrativo de uma maneira não-sexual. Um elogio utilizado por/para assexuais.
– Celibato: estilo de vida escolhido (é uma opção) em que a pessoa evita participar de relações sexuais, independentemente de a pessoa sentir atração sexual ou não.
– Castidade: participação em relações sexuais somente em circunstâncias estabelecidas pelas crenças religiosas da pessoa.
– GSRD: Gender, Sexual and Romantic Diversity. Diversidade sexual e de gêneros. Diversidade de gêneros e de orientações sexuais e românticas. Alternativa para a sigla ALGBTQI+.
– GSRM: Gender, Sexual and Romantic Minorities. Minorias de gêneros e de orientações sexuais e românticas. Alternativa para a sigla ALGBTQI+.
– Hyposexual / Hiposexual: quem apresenta baixa libido, baixo desejo sexual.
– Kink: um fetiche ou meios de prazer que não são necessariamente sexuais. Assexuais podem ter kinks.
– Queer: originalmente usado como xingamento contra a comunidade ALGBTQI+ [queer, em inglês, significa “esquisito”, num sentido de “aberração”], mas foi re-apropriado e hoje funciona como um termo “guarda-chuva” para minorias de gênero e de orientações (todes que não são cisgêneres, heterossexuais e heterorromântiques). Dele surgiu o termo “genderqueer”, que é uma segunda consequência da reaproriação, usado por pessoas que têm “coisas esquisitas” como seus gêneros.
– Sair do armário: processo de contar para outras pessoas sobre a sua orientação ou gênero.
– MOGAI, MOGII: Marginalized orientations, gender alignments and intersex e marginalized orientations, gender identities and intersex. Há disputas sobre qual termo é melhor para esse grupo social, porque há a possibilidade de que mulheres cis-hetero possam ser incluídas nestes termos.
– Não-libidoísmo: enquanto a assexualidade fala de pessoas que não tem atração sexual porque não acham “graça” nos corpos e outros elementos erotizados de outras pessoas, sem dizer nada sobre suas capacidades de sentir desejo sexual (o “tesão” propriamente dito), o não-libidoísmo é sobre pessoas que tem uma capacidade de desejo sexual muito diminuída ou quase nula. Não-libidoísta são também assexuais que não sentem qualquer desejo de praticar masturbação.
—————|Termos Relacionados com Feminismo(s)|—————
Conjunto de movimentos e ideologias voltadas para a definição e estabelecimento de equidade de direitos sociais, políticos e econômicos entre os gêneros (ou, às vezes, só entre homem e mulher cis, mesmo…).
– Cultura de estupro [rape culture]: conceito usado para descrever a cultura em que estupro e violência sexual são comuns e no qual as atitudes, normas, práticas e mídia prevalecentes normalizam, justificam, toleram e até consentem o estupro.
– Essencialismo: o pensamento, observado e estudado desde os trabalhos de Platão e Aristóteles na filosofia ocidental, que qualquer parte de uma entidade específica (um grupo de pessoas, um conceito, um objeto) precisa agir de certa forma e ter um conjunto de atributos que são necessários à sua identificação e sua função. Essencialismo sexual e de gênero é problemático pois pode dar origem ao apagamento de diversas identidades, e criar uma visão de qualidades inerentes e desiguais entre os membros de determinados grupos. Todas as formas de misoginia, misandria e transfobia tendem a estar fortemente enraizados em essencialismo de gênero, bem como crenças quanto à [ir]racionalidade, à [menor] fraqueza e à capacidade ética/moral das pessoas com base em seu sexo.
– Feminismo radical: corrente ideológica dentro do feminismo que afirma ser o sexismo a origem de toda opressão. O feminismo radical se foca na teoria do patriarcado como um sistema de poder que organiza a sociedade em um complexo de relacionamentos baseados na suposição da “inferioridade feminina” e “superioridade masculina”, como base para “supremacia masculina”, usada para oprimir as mulheres e garantir a dominância dos homens.
– Gaslighting: uma forma de misoginia, usa-se a asserção, explícita ou implícita, de que mulheres – como grupo, ou como indivíduo num momento e numa finalidade incabíveis – são loucas ou mentalmente instáveis para que se possa descartar seu direito à liberdade de opinião e expressão e calá-las. Baseados em ideias pré-concebidas dos efeitos que os hormônios têm na racionalidade feminina, portanto uma forma poderosa de essencialismo que se usa de uma interseção entre misoginia e capacitismo.
– Intersecionalidade: constatação de que as diferentes formas de opressão, discriminação e destruição não agem separadamente sobre suas vítimas, e o reconhecimento de que é preciso re-centrar os esforços de resistência para que (a) não reproduzam estas formas de opressão, retendo assim certos privilégios na luta para destruir outros (b) a luta seja realmente pela libertação de todos os sujeitos colocados, ao invés de somente os sujeitos colocados que não sofrem outras opressões diversas.
– Masculismo, ou movimento dos homens: o descendente “irmão” do feminismo do movimento antissexista do século passado, deu origem a duas corretes quase opostamente diferentes. O mais visível, masculinismo ou MRA – men’s rights activism (do inglês, ativismo pelos direitos dos homens) é considerado uma corrente tóxica por diversos setores da esquerda, incluindo a vasta maioria dos movimentos feministas, por falar de uma suposta superioridade social moderna das mulheres frente aos homens, e da erosão dos papéis de gênero tradicionais como uma ameaça conspiratória, geralmente rotulada “marxista cultural”, que pretende desconstruir e portanto aniquilar tal gênero, tal como os discursos nacionalistas brancos falam das pessoas brancas. O segundo, o movimento de liberação masculina, ou masculismo anti-masculinidade, vê a masculinidade institucionalmente e socialmente sancionada como uma entidade cultural usada para oprimir os homens. Ambas as correntes possuem um histórico de rivalidade com o feminismo, por diferentes motivos. Em certos outros momentos, entretanto, este último trabalha em conjunto com o feminismo como uma leal fonte de apoio masculino pró-feminista. No Brasil, é bem-conhecido e organizado apenas o “masculinismo”, que é oposto diametralmente ao feminismo, e ficou famoso depois de incidentes como o massacre de Wellington de Oliveira em uma escola municipal no Realengo, Rio de Janeiro.
– Misoginia: opressão, discriminação e invalidação de mulheres de forma sistemática, institucional e/ou individual.
– Pró-feminismo: a velha controvérsia de que todo homem é machista, dado seu papel de potencial opressor numa sociedade com inerente hierarquia de gênero, que usa-se da violência para manter mulheres e pessoas trans* “em seus devidos lugares”, deu origem a uma asserção, também por si só longe de consenso, de que homens não podem ser feministas, pois isso removeria o protagonismo das mulheres, necessário para que as mesmas tenham suas próprias vozes em uma sociedade onde reclamar de sua opressão em conjunto é reprimido, e para que o feminismo, enquanto movimento de justiça social, mantenha seu foco sobre os direitos da mulher. Assim se originou o termo pró-feminismo, usado para homens que se identificam com e fazem parte do movimento. O feminismo nunca foi construído para falar da opressão que o patriarcado exerce sobre homens não-trans*, e há o masculismo para essa função, que cumpriria em tese a mesma função que o feminismo: um movimento antissexista de justiça social para homens e pessoas socialmente masculinizadas, com um protagonismo de suas vozes (é importante lembrar de que o conceito de que o patriarcado oprime os homens não é aceito por todas as feministas).
– Slut-shaming: ato de fazer uma mulher ou menina se sentir culpada ou inferior por ter determinados comportamentos sexuais que não obedecem aos padrões impostos ao gênero. Isso inclui, dependendo da cultura, ter um número alto de pessoas com quem pratica atividades sexuais, ter relações sexuais fora do casamento, fazer sexo casual, agir ou se vestir de um jeito que a sociedade patriarcal considera muito sexual. A palavra “slut” significa “vadia” em português.
– TERF: do inglês trans exclusionary radical feminism / feminist (feminismo / feminista radical excludente de pessoas trans). Outra definição: trans-exterminacionista. Subcategoria do feminismo que afirma que mulheres trans não são mulheres “de verdade”, e, às vezes, que homens trans são mulheres fugidas da opressão. EVITE.
– Transfeminismo: categoria do feminismo onde discursos transgêneros são aplicados a discursos feministas, e vice-e-versa. Segundo Julia Serano, um feminismo que se distancia da concepção simplista de que homens são os opressores e mulheres as oprimidas, e só.
– Transmisoginia: interseção entre transfobia e misoginia. Ou seja, mulheres trans vítimas dessas opressões ao mesmo tempo.
—————|Outros Preconceitos|—————
– Apagamento: uma falta ou ausência de representação de um grupo social na mídia, nas notícias, na cultura popular ou em qualquer outro meio. Pode ocorrer acidentalmente ou propositalmente.
– Capacitismo: discriminação, opressão e abusos contra pessoas diversofuncionais. Preconceito que diz que pessoas diversofuncionais são inferiores.
– Colonialismo: prática de impôr valores de culturas ocidentais em culturas não-ocidentais. Negar a existência de uma identidade, porque os seus valores eurocêntricos não aceitam aquela identidade.
– Desumanização: ato ou efeito de invalidar uma pessoa enquanto humana, relacionando-a com algo inferior. Animalização, objetificação, fetichização.
– Especismo: discriminação, opressão e abusos realizados com base na espécie. É o ponto de vista de que uma espécie, no caso a humana, tem todo o direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies por serem elas inferiores.
– Etarismo: discriminação com base na faixa etária. É um preconceito muito comum e que geralmente passa despercebido.
– Gordefobia / Gordofobia: discriminação contra pessoas gordas ou acima do “peso ideal” que a sociedade estabelece.
– Hipersexualização: prática de tratar uma pessoa como se ela fosse somente algo sexual, de maneira a objetificar sexualmente. A pessoa passa a não ser mais respeitada. Prática comumente feita por T-lovers e outras pessoas que fetichizam transgêneres. Também ocorre muito com pessoas negras.
– Identity policing / Policiamento de identidade: prática discriminatória de policiar a identidade sexual ou de gênero de outras pessoas. Quando alguém diz que a identidade (ou a forma de se identificar) de outras pessoas está errada. Quem pratica policiamento de identidade vê, como questão de honra, obedecimento à natureza, moralidade, “normalidade sexual” e afins, que uma pessoa tenha expressão de gênero compatível com a sua identidade ou gênero designado. Também conta como policiamento exigir certas coisas na transição de pessoas trans, especialmente invalidando a identidade delas caso contrário. Questionar a validade das escolhas de nome e pronome/desinência de tratamento das pessoas trans.
– Invalidação: prática discriminatória de dizer para alguém que o gênero ou a orientação da pessoa não existe ou não é válido.
– Patologização: ato de tratar algo como uma doença ou distúrbio, que é considerado anormal e precisa ser curado.
– Relativização: basicamente pegar um assunto e relativizá-lo/compará-lo a “nada”. Relacionar com algo menos ou mais grave ou com algo que não faz nenhum sentido. Tirar a gravidade da situação, ignorando que tal coisa é prejudicial a certas pessoas (por exemplo, podendo disparar triggers). Não dar importância a algo.
– Tokenização: ato de usar um exemplo de uma pessoa como justificativa que te daria imunidade a problematização de fala. Exemplo: “eu não sou racista, porque tenho amigo negro”. Token é uma representação distorcida/descontextualizada de alguém.
– Vitimização: quando uma pessoa OPRESSORA tenta se colocar no lugar de vítima, tentando justificar a opressão. NÃO É quando uma pessoa OPRIMIDA diz que está sofrendo opressão!
– Xenofobia: discriminação contra pessoas estrangeiras. É um preconceito baseado no “medo do que não se entende”, “medo do outro”. Por exemplo, preconceito contra pessoas nordestinas é uma xenofobia.
—————|Termos sobre relações não-monogâmicas|—————
– Diferenças entre não-monogamia e poligamia: “…existe uma enorme diferença entre a cultura não-monogâmica da contemporaneidade ocidental e a tradicional poligamia das culturas orientais ou antigas. Na poligamia tradicional a objetificação da mulher e a assimetria de poder entre as pessoas da relação são claras, a forma mais usual é a do homem que possui um “harém”, ou seja, que é casado com várias mulheres e possui uma espécie de direito de propriedade sobre elas.
Para nós, não-monogâmiques (evitamos, inclusive, usar “poligamia” como sinônimo de não-monogamia), é da mais fundamental importância que todes envolvides na relação estejam cientes e de acordo, por livre e espontânea vontade, com a configuração que ela assume ou assumirá.“
– Relações não-monogâmicas: todas as relações que rompem com o tabu da exclusividade sexual/afetiva de alguma maneira.
– Amizade Colorida: é quando uma pessoa evita a formação de casal e se permite o acesso sexual eventual com a leveza das relações de amizade.Toda a leveza é bem vinda. Mas objetamos que não estamos preso a ela. Podemos e queremos relações com variados níveis de profundidade e continuidade.
– Casamento Aberto: é quando de forma consensual pessoas casadas refluem de sua monogamia original e re-acertam suas normas incluindo o direito de cada um a outras relações simultâneas mas na condição de serem secundárias e invisíveis.
– Poliamor / Pessoa poliamorosa: é a possibilidade de ter duas ou mais relações afetivo-sexuais, desde que contenha amor. A liberdade sexual normalmente não é prioritária, ou não faz parte do acordo. Inclui cláusulas de ‘polifidelidade’; permite a interferência direta dos parceiros na vida sexual-afetiva um do outro.
– Relação Aberta: é quando de forma consensual um casal de namorades acerta o direito comum a outras relações simultâneas mas na condição de serem secundárias.
– Relação sem Vínculo: é quando uma pessoa prefere variados acessos sexuais sem continuidade e sem formação de casal ou de vínculos estáveis.
– Relações Livres (RLi): é quando a pessoa mantém autonomia e plena liberdade pessoal seja lá qual for a relação sexual/afetiva e em qualquer circunstância de estabilidade.
Nossa maior dificuldade é que esta visão pressupõe pessoas muito livres, não possessivas e não ciumentas. E como toda a ordem cultural está oposta a isto, há um número limitado de pessoas onde isto pode hoje ser vivido plenamente. Ter relações sem continuidade necessária parece tranquilo a um RLi, mas fazemos objeção à “necessidade de não ter vínculos”. Na cultura RLi não combinamos um “certo espaço” de liberdade. Isto é pleno antes, durante e depois de qualquer relação. E com as diferentes pessoas teremos diferentes relações devido a singularidade das combinações, mas em hipótese alguma temos a “relação oficial” e as “secundárias”. Um RLi não consegue suportar a ideia de ter relação sexual na condição de não ter outros laços (de afeto, vínculo, etc). Nem também poderá admitir que sue companheire lhe determine com quem se envolver ou não se envolver. RLis não precisam do amor pra justificar suas relações. Nesse sentido o título ‘poliamor’ somente compreende parte do que é ser RLi. Para nós “o amor não pode ser um problema para o sexo e o sexo também não pode ser um problema para o amor”. Sexo e amor podem andar juntos ou separados em uma mesma relação; um RLi possui liberdade em ambos.
– Swing: é quando de forma consensual pessoas casadas realizam trocas de parceiros em encontros/festas reservadas e estas restritas à órbita sexual e com formal exclusão de envolvimento afetivo.
——–
Fontes:
http://www.asexuality.org/wiki/index.php?title=Main_Page
http://en.wikipedia.org/wiki/Feminism
http://en.wikipedia.org/wiki/Queer
http://en.wikipedia.org/wiki/Radical_feminism
https://www.facebook.com/eradecisperar/posts/641484995939768
http://incandescencia.org/glossario/
http://questoesplurais.tumblr.com/glossario
http://fozmeadows.wordpress.com/2014/01/30/an-a-to-z-of-non-binary-genders/
http://nonbinary.org/wiki/Genderqueer
http://anagnori.tumblr.com/post/72167448343/hey-i-was-looking-at-the-glossary-you-posted-recently
http://anagnori.tumblr.com/post/72143410400/glossary-of-transgender-non-binary-and-genderqueer
http://anagnori.tumblr.com/post/67669933207/words-and-concepts-used-in-asexual-communities
http://anagnori.tumblr.com/post/76239691517/questions-about-sapiosexuality-and-sapioromanticism
http://demigenders.tumblr.com/post/89113381104/what-is-nan0gender-aside-from-sounding-cool-ive
http://interactyouth.org/post/97343969730/inter-act-has-been-working-with-mtvs-faking-it-on
http://www.isna.org/faq/conditions
http://relacoeslivres.com.br/site/essencial-2/relacoes-nao-monogamicas/
http://pangendering.tumblr.com/
https://www.facebook.com/assexdadepre
https://www.facebook.com/permalink.php?id=265230363631889&story_fbid=269315909890001
https://www.facebook.com/transpatologico/posts/568470536511132
outubro 6th, 2022 → 19:53
[…] Termos para substituir “feminino/masculino” […]