Enquanto a orientação geral continua sendo paralisar grande parte dos serviços e atividades chamadas de não–essenciais, Bolsonaro segue na contramão com sua política genocida, contribuindo com o número de infectados e de mortos pelo novo coronavírus, que só aumenta. As equipes que trabalham nos serviços essenciais, sobretudo nos hospitais e demais serviços de saúde, prosseguem enfrentando o vírus sem estrutura e medidas de prevenção necessárias.
Nós da CAB defendemos que a saúde e a vida das trabalhadoras e trabalhadores são a prioridade máxima. As categorias que estão compondo a linha de frente no combate ao novo coronavírus devem ter garantidos todos os equipamentos de proteção a fim de diminuírem o risco de contaminação pela Covid-19. A garantia da saúde dos profissionais dos serviços essenciais é urgente! Sem essas trabalhadoras e trabalhadores, o vírus avançará. Exigimos que os governos e patrões garantam todas as medidas necessárias contra a transmissão descontrolada. A dispensa remunerada de grande parte das pessoas em atividades não-essenciais também ajuda a proteger os profissionais da saúde, na medida em que diminui a circulação do vírus e reduz a demanda nos hospitais.
É necessário o alerta de que, sem as medidas adequadas, Equipamentos de Proteção Individual; como máscaras, luvas e aventais, médicos/as e enfermeiros/as poderão se tornar também fontes de contágio. Ou seja: tais trabalhadores/as não colocarão apenas a própria saúde em risco, mas a de outras pessoas também. Não há outro jeito: se as medidas mais urgentes não forem tomadas para garantir a segurança de imediato, os problemas piorarão ainda mais nas próximas semanas.
Em meio a esse complexo cenário, defendemos a dispensa remunerada de trabalhadores/as dos grupos de risco, incluindo gestantes e lactantes. Uma política de contratações emergenciais para a recomposição desses postos é fundamental. A dispensa é uma medida necessária, pois esses/as trabalhadores/as correm riscos que trazem grande possibilidade de afastá-los de forma definitiva, além de ser mais um ponto de sobrecarga do sistema de saúde.
As trabalhadoras e trabalhadores da saúde também possuem um papel importante no controle sobre seus locais de serviço. Organizar colegas e as demandas de cada setor, com atualizações constantes e a publicização a pacientes e familiares, para dar mais força às reivindicações frente ao Estado.
Em relação às empresas privadas da área industrial, é necessário o controle popular para que a produção cubra as urgências da saúde pública. A fabricação de máscaras, álcool em gel, luvas, testes de coronavírus e ventiladores para pacientes graves não podem estar a serviço do lucro em uma pandemia. A pesquisa privada também deve estar sob controle popular e concatenada com as pesquisas feitas pelas instituições públicas.
Os hospitais públicos brasileiros, além dos longos anos de sucateamento do SUS (Sistema Único de Saúde), sofrem com o aprofundamento de ataques causados pela Lei do Teto de Gastos (Emenda Constitucional nº 95), aprovada em 2016, durante o governo Temer. É importante que os movimentos sociais, organizações políticas, sindicatos e a auto-organização das trabalhadoras e trabalhadores da saúde fiscalizem e garantam a distribuição de EPIs e os treinamentos necessários.
Enquanto o sistema capitalista continuar em pé, nossa luta em defesa de uma vida digna e de um SUS de qualidade será sempre incompleta. O sistema e sua ânsia de lucro tratarão de achar “oportunidades” para ganhar em cima dos dramas e dificuldades do nosso povo oprimido. Farão de tudo para precarizar o SUS visando sua privatização. Nossa luta é por demandas básicas agora, mas é também por transformações profundas que abram caminho para uma sociedade socialista e libertária em que a nossa saúde não seja mercadoria.
Para agora e para depois, a luta deve ser por um SUS verdadeiramente público, gratuito e de qualidade, sob o controle dos trabalhadores e trabalhadoras!
O lucro dos ricos nos adoece!
Revogação imediata da lei do teto de gastos!
Por uma saúde pública digna para o povo!
Posted on 20/04/2020 by CABN
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