“O fascismo não se discute, se destrói!” – Buenaventura Durruti
Não se sabe de onde veio a bala que feriu de morte Buenaventura Durruti, naquela tarde de 19 de novembro de 1936. Veio de arma fascista? Veio de arma comunista? Bala perdida? O certo é que naquele momento fatídico, a Revolução Espanhola também morria um pouco.
“Nosso Durruti morreu!” estampava a capa do jornal anarcosindicalista Solidaridad Obrera do dia 21 de novembro. Deixava o campo de batalha, naquela Madri cercada pelas hordas fascistas, o companheiro Durruti aos 40 anos.
Nascido na província de León, em 1896, no dia 14 de julho (dia da Queda da Bastilha!), José Buenaventura Durruti Dumange era filho de família operária e desde criança conviveu com os sofrimentos de sua classe. Em 1927, escreveu para sua irmã: “Desde minha mais tenra idade, o primeiro que vi ao meu redor foi o sofrimento não apenas de minha família, mas também dos meus vizinhos. Por intuição eu já era um rebelde. Creio que então se decidiu o meu destino.”
Trabalhou desde os 10 anos, aprendeu a ser mecânico e se envolveu na luta social muito jovem. Fugiu para a França no final de 1917, escapando do serviço militar e, de volta a França, em 1919, filiou-se à Confederação Nacional do Trabalho (CNT).
Em 1922, juntamente com Juan Garcia Oliver, Ascaso e Ricardo Sanz, formou o lendário grupo Los Solidarios, que bravamente reagiu ao pistoleirismo patronal que assassinava líderes operários. Perseguidos, escapam para a América do Sul, onde prosseguiram clandestinamente obtendo recursos para libertar companheiros encarcerados. Retornam à Europa e são presos na França, suscitando uma grande campanha de solidariedade internacional pela liberdade dos revolucionários.
De volta à Espanha, em 1931, integrou o setor faísta (próximo a Federação Anarquista Ibérica) da CNT, se envolveu em diversas greves e insurreições, e foi diversas vezes preso e até deportado para África.
Na reação ao golpe fascista de 18 de julho de 1936, Durruti encontrava-se em Barcelona. Atuou intensamente na defesa e tomada da cidade, ajudando a constituir o Comitê de Milícias Antifascistas da Catalunha. Cansado das disputas internas no Comitê, partiu para a frente de combate junto com sua famosa Coluna. No caminho para Zaragoza, libertaram diversos povoados, suprimiram a propriedade privada, expropriaram terras dos latifundiários e promoveram a coletivização das terras, construindo a Revolução e o Comunismo Libertário.
Durruti morreu às 4h da manhã do dia 20 de novembro de 1936. Seu sepultamento em Barcelona reuniu dezenas de milhares de pessoas. Logo após sua morte, surgiu o Grupo Os Amigos de Durruti, ardoroso defensor da Revolução e contrário a colaboração com a burguesia e com os reformistas.
Viva sempre companheiro Durruti! Viva em nossa luta de hoje e de amanhã!
Posted on 20/11/2018 by CABN
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